Consumo de anabolizantes é alto no Rio Grande do Sul
Dez por cento dos freqüentadores das academias de ginástica de Porto Alegre - RS utilizam hormônios anabolizantes. O dado foi obtido em pesquisa feita na Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, que constatou o uso extensivo de substâncias derivadas da testosterona, hormônio masculino, principalmente entre os jovens.
O estudo fez parte do projeto de mestrado de Paulo Rodrigo Pedroso da Silva e foi coordenado pelo endocrinologista Mauro Czepielewski, da UFRGS. Mais de 300 freqüentadores de 13 academias da capital gaúcha responderam a um questionário que garantia o sigilo das informações. A equipe identificou o uso de substâncias para aumentar massa muscular, como suplementos alimentares, além de drogas ilícitas, principalmente entre os homens. Foi observado até o uso de hormônios destinados a vacas ou cavalos.
O consumo dessas substâncias apresenta muitos riscos para a saúde: leva ao aumento progressivo dos glóbulos vermelhos, o que dificulta a coagulação sangüínea, contribuindo para elevar a probabilidade de derrame, obstrução nos vasos sangüíneos do coração e de desenvolvimento de nódulos no fígado, que podem levar à morte. Além disso, as mulheres perdem as características femininas, ocorrendo diminuição da mama, alteração da voz e irregularidade na menstruação. Já nos homens, nota-se o aumento das mamas, a atrofia dos testículos e queda de cabelo.
“Essas substâncias, consumidas freqüentemente, são ilegais. Como tínhamos garantido o sigilo das informações obtidas, não podíamos denunciar. Mas entregaremos às autoridades locais um alerta para que as vendas sejam feitas de forma controlada”, diz Mauro Czepielewski.
Para o endocrinologista, cabe ao setor público mais rigidez ao registrar academias, que chegam até a oferecer as substâncias e restringir legalmente a sua comercialização. Além disso, Czepielewski afirma que as academias devem informar seus clientes sobre os danos que o consumo de anabolizantes pode causar.
Autor: Jornal do Brasil - RJ
Fonte: OBID
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