Associação ajuda pais de presos dependentes

Folha de Pernambuco
“Uma vez, meu filho me ligou porque estava preso na cela de outro detento e sendo ameaçado, por conta de uma dívida de R$ 2 mil. Se eu não levasse o dinheiro em duas horas, ele iria morrer”.

Esse é o depoimento de Valderize Campos, 56, uma mãe que enfrentou, durante cinco anos, a luta para afastar o filho das drogas. Por causa do vício, o jovem costumava roubar para conseguir um lucro e gastar o dinheiro para alimentar a dependência química.

O destino dele não foi diferente do que a sociedade encara como o comum. Em uma das investidas, o rapaz, que já havia consumido droga em demasia, acabou entrando em crise convulsiva e foi encontrado por policiais militares. Estava, apenas, começando a saga de Valderize que, hoje, é fundadora da Associação de Familiares dos Dependentes Químicos Presos e Apenados de Pernambuco (Afadequipe).

Detido no Presídio Aníbal Bruno, o jovem tinha o direito de receber visitas. E eram nesses momentos que a mãe se deparava com as condições sub-humanas nas quais os detentos encontravam-se, devido ao uso de entorpecentes. “Eu via as outras mães que estavam lá e percebia que elas sentiam o mesmo sofrimento que eu. Então, comecei a conversar com elas e vi que eu precisava fazer alguma coisa”, contou Campos.

Ela relatou, ainda, que costumava ter a ajuda dos seguranças do pavilhão para relocar o filho para outro local, onde as drogas não fossem tão acessíveis. E, por certo tempo, ela conseguiu. Inclusive, a mulher não mediu esforços para ajudar demais detentos. “Alguns seguranças levavam os ‘meninos’ a uma sala onde guardavam materiais. Chegou uma época em que tinham 300 presos ali e todos sem ter acesso às drogas”.

Contudo, conforme a coordenadora, devido a mudanças dos funcionários, a tentativa foi frustrada e o uso abusivo do crack e da cocaína ganhou espaço, novamente, em toda a penitenciária. Desolada, Valderize buscou a ajuda do Governo do Estado, alegando que os re-educandos deveriam cumprir a pena, sim, porém sem consumirem drogas.

“Então, tive a ideia de criar uma clínica de reabilitação dentro do presídio, para que eles (presidiários) pudessem cumprir com as obrigações e terem o tratamento necessário. Mas, por questões administrativas, não conseguimos instalar, ainda, essa clínica internamente. A alternativa que encontramos foi criar uma associação que pudesse dar apoio aos parentes. Aqui, nós, familiares, nos reunimos, trocamos experiências, e temos uma equipe de profissionais que nos dão assistência”, contou Valderize. A Afadequipe está localizada em frente ao Aníbal Bruno.

É lá que os pais encontram um conforto para suportarem o martírio vivido pelos filhos. As conversas as quais acontecem entre os genitores funcionam como um canal. À medida que os familiares são aconselhados, os detentos recebem essas orientações quando são visitados; sejam pelos próprios parentes ou por demais pais. Nestas horas, qualquer pessoa que se prontifique a ajudar é considerada a “mãe de todos”.

“Sempre entro no presídio, converso com os rapazes. Eles são muito carentes. Precisam, apenas, de uma palavra de apoio. Teve um deles que me chamou de mãe e falou que não usa drogas desde o dia em que conversamos pela primeira vez. Isso já faz dois meses. Então, é uma satisfação muito grande, além de ser um avanço. São coisas pequenas, mas que fazem a diferença lá na frente”, ressaltou Valderize.
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

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